Quando li essa pequena história me
emocionei muito, tendo ficado tanto tempo em hospitais, fiquei sabendo de histórias
com crianças que me inspiraram. Inclusive ontem vendo o jornal daqui de Manaus;
apareceu a reportagem de uma criança com uma doença rara que ainda não tem cura
e o tratamento é muito caro. Essa doença também é muito difícil de
suportar, eu sei disso porquê já havia visto um documentário sobre, e vi o
sofrimento que elas suportam. O garotinho aqui de Manaus, mesmo todo enrolado
em faixas num calor com a sensação térmica de quase 40gC, ele estava brincando
e parecia feliz. Eu admiro muito a força com que as crianças suportam as
provações, isso me dá mais forças para enfrentar as minhas
E quem nunca sentiu saudades? 💖💖
DEFINIÇÃO
DE SAUDADE
Dr.
Rogério Brandão Médico oncologista - Pernambuco
Como
médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional
(...) posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos
meus pacientes.
Não
conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade,
descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.
Recordo-me
com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos
como profissional...
Comecei
a frequentar a enfermaria e apaixonei-me pela onco-pediatria.
Vivenciei
os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer.
Com
o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o
sofrimento das crianças.
Até
o dia em que um anjo passou por mim!
Meu
anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos
de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos
trazidos pelos programas de quimios e radioterapias.
Mas
nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em
seus olhinhos, porém, isso é humano!
Um
dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinha no quarto.
Perguntei pela mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem
vivenciar profunda emoção:
—
Tio, — disse-me ela — às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido
nos corredores... Quando eu morrer, acho
que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu
não nasci para esta vida!
Indaguei:
—
E o que a morte representa para você, minha querida?
—
Olha tio, quando somos pequenos, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e,
no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é?
(Lembrei
das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, e com elas, eu procedia
exatamente assim).
—
É isso mesmo.
—
Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na
minha vida verdadeira!
Fiquei
"engasgado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que
o sofrimento acelerou a visão e a espiritualidade daquela criança.
—
E minha mãe vai ficar com saudades — emendou ela.
Emocionado,
contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:
—
E o que saudade significa para você, minha querida?
—
Saudade é o amor que fica!
Hoje,
aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais
direta e simples para a palavra saudade:
É
O AMOR QUE FICA!
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