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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Conhecer Deus


 
Ontem à noite, eu estava procurando nas A Liahonas de 2006, uma mensagem que eu já havia lido, sobre determinado assunto, para saber como ajudar uma pessoa conhecida que está enfrentando sérias tentações. Eu ainda não achei a mensagem, mas achei um discurso do Presidente James E. Faust, que eu estava precisando ler naquele momento, pois ontem eu estava com muita dor e um pensamento cruzou em minha mente: não bastava só eu ter ficado tetraplégica; ainda preciso sentir dor? Sabe aquela pergunta que você já sabe a resposta? Eu sei, eu sinto, mas em um momento de dor parece que as respostas não fazem muito sentido.
Quando comecei a ler esse discurso, meus olhos não desgrudaram da tela, gostaria que não acabasse. Sabe aquelas palavras que tocam bem dentro do coração, como se tivesse sido  falado ou escrito especialmente pra você? Eu entendo que por mais dolorosas e difíceis que sejam algumas experiências pelas quais passamos aqui na terra, precisamos vivenciá-las para sermos fortalecidos espiritual e materialmente. Uma frase dessa mensagem que calou fundo no meu coração foi essa:

Foi um privilégio pagar o preço que pagamos para conhecer melhor a Deus.’

Eu sei que para conhecer Deus como eu conheço hoje, foi preciso sofrer tudo o que já sofri e ainda hoje passar por situações muito difíceis, e se esse é o preço que eu preciso pagar, eu o aceito de todo o meu coração!

 
Purificados por Nossas Provações
Pres. James E. Faust
 
Esta mensagem é dirigida a todos, mas especialmente àqueles que sentem que passam por mais provações, tristezas, cardos e espinhos do que são capazes de suportar e, em suas adversidades, estão quase sendo tragados pelas águas da amargura. Minha intenção é que esta seja uma mensagem de esperança, força e libertação.
Há alguns anos, o Presidente David O. McKay (1873–1970) relatou a experiência de algumas pessoas que integraram a companhia Martin de Carrinhos-de-Mão. Muitos desses primeiros conversos haviam emigrado da Europa e eram pobres demais para comprar bois ou cavalos e um carroção. Sua pobreza obrigou-os a puxar carrinhos-de-mão com todos os seus pertences através das planícies contando apenas com a própria força física. O Presidente McKay contou algo que ocorreu anos depois desse êxodo heroico:

Certo professor, à frente de sua classe, disse que foi insensato tentar e mesmo permitir que [a Companhia Martin de Carrinhos-de-Mão] atravessasse as planícies naquelas condições.

O Presidente McKay citou então algumas palavras de um dos que assistiram àquela aula: Ocorreram críticas acirradas à Igreja e a seus líderes por permitirem que qualquer companhia de conversos se aventurasse a atravessar as planícies sem suprimentos além do que conseguiram colocar nos carrinhos-de-mão e somente com a proteção que essa caravana oferecia.
Um senhor idoso a um canto da sala (…) permaneceu sentado em silêncio o máximo que pôde, então, levantou-se e disse coisas que nenhum dos que o ouviram jamais esquecerá. Lívido de emoção, ainda assim falou calma e deliberadamente, mas com grande convicção e sinceridade.

Em suma, [ele] disse: ‘Peço-lhes que parem com essas críticas. Vocês estão discutindo algo sobre o qual nada sabem. O mero relato de fatos históricos nada significa aqui, porque eles não trazem em si a interpretação correta do que estava em questão. Foi um erro enviar a companhia de carrinhos-de-mão tão tarde naquele ano? Foi. Mas eu estava naquela companhia, minha esposa estava naquela companhia e a irmã Nellie Unthank, a quem mencionaram, também. Sofremos mais do que lhes é possível imaginar e muitos morreram devido à exposição ao frio e à fome, mas alguma vez vocês ouviram qualquer sobrevivente dessa companhia fazer uma crítica sequer? (…)
Puxei meu carrinho quando estava tão fraco e abatido pela doença e pela falta de comida, que mal conseguia andar. Eu olhava para frente e via um trecho de areia ou uma ladeira e dizia a mim mesmo: Só vou conseguir chegar até ali e então vou desistir, porque não conseguirei passar dali puxando esta carga.

Ele prosseguiu: Eu chegava até a areia e aí o carrinho começava a me empurrar. Olhei para trás muitas vezes para ver quem é que empurrava meu carrinho, mas meus olhos não viam ninguém. Naqueles momentos eu sabia que os anjos de Deus estavam ali.
Se me arrependi de ter resolvido vir com o carrinho-de-mão? Não. Nem naquela época nem em instante algum da minha vida. Foi um privilégio pagar o preço que pagamos para conhecer melhor a Deus e sou grato pelo privilégio que tive de fazer parte da Companhia Martin de Carrinhos-de-Mão.

 O discurso completo:

 

 

 

 

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